quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CADEIRA 64: LÍDIA, A VENDEDORA DE PÚRPURA

O Dr. Venâncio empossando a acadêmica Simone Nogueira de Morais Trapp na cadeira 64.

CADEIRA 64: LÍDIA, A VENDEDORA DE PÚRPURA

Lídia era uma das mulheres cristãs da Igreja Cristã Primitiva que residiam em Filipos, na Macedônia. Ela trabalhava com a venda de púrpura e com o tingimento de tecidos. Anteriormente, residira na cidade de Tiatira, na Ásia Menor. Tempos depois, mudou-se para Filipos, na Macedônia, onde continuou trabalhando na sua profissão habitual. Lídia era uma mulher de posses. Era dona de sua própria casa e possuía muitos servos. Porém, a Bíblia não informa se era viúva ou solteira (Atos 16.12-14).
Lídia era adepta do Judaísmo. Pelo fato de ainda não haver uma sinagoga na cidade onde morava, ela reunia-se com outras mulheres nas margens de um rio fora de Tiatira. Ao mudar-se para Filipos, continuou a fazer a mesma coisa. Foi numa nessas reuniões em Filipos que ela conheceu o apóstolo Paulo e ouviu atentamente a sua pregação. Ao se converter ao Cristianismo e ser batizada nas águas, ela passou a reunir-se com outras mulheres na sua própria casa, onde começou a funcionar uma Igreja local (Atos 16.14-16).
Foi na cidade de Filipos que Paulo foi preso, juntamente com Silas, logo após expulsar um demônio de uma jovem, que era usada como vidente pelos seus patrões. Toda vez em que se encontrava com Paulo e Silas, o demônio incorporado na jovem, exclamava: “__Esses homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo!”. O demônio fez isso por vários dias, o que deixou o apóstolo Paulo bastante aborrecido, até que o expulsou dela. Seus patrões, desesperados pela cessação do lucro fácil, pois eles cobravam das pessoas para que a moça fizesse adivinhações, foram queixar-se às autoridades locais. Desta forma, os magistrados determinaram a prisão de Paulo e de Silas, que depois de açoitados, foram lançados no cárcere (Atos 16.17-24).
Na prisão, Paulo e Silas passaram a orar e a louvar a Deus com cânticos, enquanto os outros prisioneiros assistiam admirados. Por volta da meia-noite, ouviu-se um grande estrondo. Tratava-se de um terremoto. Assim, as grades, as paredes e os muros da prisão ruíram. O carcereiro, ao ouvir tal barulho acordou-se assustado. E, ao constatar o que acontecera, pegou sua espada para matar-se, julgando que todos os presos haviam fugido. Mas, Paulo gritou para o carcereiro não fizesse aquilo, pois todos os prisioneiros continuavam ali. Assim, impressionado com o ocorrido e agradecido pelo fato de ter havido fugas, o carcereiro ajoelhou-se diante e de Paulo e de Silas e perguntou o que era necessário para tornar-se cristão. Paulo respondeu: __Crê no senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa! Naquela mesma noite, o carcereiro levou Paulo e Silas para jantarem em sua casa. Pediu para ser batizado nas águas e tornou-se cristão. No dia seguinte, intercedeu por Paulo e por Silas às autoridades locais, e ambos foram libertados (Atos 16.25-39).
Após sua libertação, Paulo e Silas visitaram a casa de Lídia, onde ministraram vários cultos de louvor e de adoração a Deus. Nessa época, a quantidade de cristãos já havia aumentado bastante, fazendo com que Paulo deixasse Lídia na liderança de sua Igreja local de Filipos, e em companhia de Silas partiu para Tessalônica. Lídia continuou trabalhando em prol do crescimento da Igreja e da obra missionária, auxiliando Paulo e seus seguidores cristãos (Atos 16.40; Filipenses 1.3-5). Silas Silvano, o companheiro do apóstolo Paulo, foi um membro ilustre da Igreja Cristã Primitiva, em Jerusalém, no século I AD. Ele acompanhou o apóstolo Paulo em sua segunda viagem missionária. Ele era um cidadão romano. Em latim, a palavra “Silas” significa “Floresta”, e a palavra “Silvano” significa “Bosque”. Encontramos referências a Silas Silvano nas Cartas de Paulo e de Pedro (Atos 15.22, 26, 27, 32,40; 16.19, 25, 37, 38).
A Igreja Cristã de Jerusalém escolheu a Silas para que ele acompanhasse Paulo e Barnabé de volta a Antioquia, na Síria, para comunicar à Igreja daquele lugar a decisão a respeito da circuncisão (Atos 15.22,30-32). Silas estava ainda em Antioquia, quando teve início a segunda viagem missionária de Paulo. Partindo dali, ele e Paulo viajaram para o norte e para o oeste da Síria. Depois, viajaram pela Cilícia e por outras regiões da Ásia Menor. Timóteo juntou-se a eles em Listra. E, Lucas em Trôade. Convidados para ir para a Macedônia, num sonho dado a Paulo, eles chegaram à cidade de Filipos, onde ocorreu a conversão de Lídia, a formação da Igreja local em sua casa, a prisão de Paulo e Silas e a conversão do carcereiro (Atos 15.41-16.40).
O ministério de Silas foi muito bem sucedido em Tessalônica, onde ele e Timóteo permaneceram por algum tempo, enquanto Paulo seguia para Atenas e para Corinto (Atos 17.1; 10,14-16; 18.1). Entre os anos de 62 e 64 AD, Pedro escreveu a sua Primeira Epístola, através de Silas Silvano, que funcionou como secretário do Velho Apóstolo. Na ocasião, Silvano foi chamado de “fiel irmão” pelo apóstolo Pedro (1ª Pedro 5.12). No entanto, por não chegarem a um acordo sobre levar junto a João Marcos, primo de Barnabé, cada um seguiu para um território separado. Barnabé levou a João Marcos consigo para o Chipre. E, Paulo levou a Silas através dos territórios da Síria e da Cilícia (Atos 15.37-41; 1ª Coríntios 9.6; Gálatas 2.1-13; Colossenses 4.10).


Venâncio Josiel dos Santos – Presidente da AELA/MS